Estão sendo aplicadas diferentes técnicas para restauração do Parque do Cristo, de acordo com o potencial de regeneração natural de cada área em restauração, identificado através de diagnóstico ambiental realizado em cada área. Naquelas com baixo potencial de regeneração, sugere-se as técnicas de Plantio Total com muvuca de sementes e/ou com mudas de espécies arbóreas, e também a técnica de Sistemas Agroflorestais. Já nas áreas com médio e alto potencial de regeneração, indica-se as técnicas de Enriquecimento, Nucleação, Sistemas Agroflorestais e Regeneração Natural Assistida.
Plantio Total
É a técnica de restauração mais difundida historicamente. Trata-se do plantio de espécies vegetais (herbáceas, arbustivas e arbóreas), por meio de mudas e/ou sementes, em área total. Normalmente com espaçamento de 3 x 2 metros e densidade média de 1.666 plantas por hectare. Utiliza-se uma diversidade de mais de 30 espécies nativas, para formação de uma comunidade vegetal.
Enriquecimento
É realizado através de plantios de espécies vegetais (herbáceas, arbustivas e arbóreas), por meio de mudas e/ou sementes, de espécies dos estágios finais de sucessão, especialmente as espécies de maior interação com a fauna. Apresenta plantios de baixa densidade (800 indivíduos por hectare) e espaçamentos variados.
Muvuca de Sementes
A semeadura direta com muvuca de sementes é uma das técnicas escolhidas pelo ISAVIÇOSA para os trabalhos de Restauração Ecológica. Embora seja uma prática ancestral, praticada pelos indígenas, a semeadura direta com muvuca de sementes vem sendo amplamente utilizada pelos projetos de restauração há apenas quinze anos aproximadamente.
Consiste na mistura de sementes de diversas espécies arbóreas e arbustivas nativas, espécies agrícolas e de adubação verde. Este conjunto diversificado de sementes é semeado simultaneamente, podendo ter diferentes espaçamentos de plantios (em área total, em sulcos e até em berços).
As espécies reunidas possuem diferentes funções, características e períodos de permanência. Com diferentes ciclos de vida (ou classes sucessionais) proporcionam a cobertura do solo e o desenvolvimento da vegetação desde os primeiros meses até décadas após o plantio, permitindo a trajetória ecológica da área em restauração. A técnica é rústica e resiliente, tendo demonstrado eficiência nesses tempos de mudanças climáticas e eventos climáticos extremos.